O presidente do CMUMA, que preside ainda as reuniões das câmaras técnica do órgão, é o secretário municipal de urbanismo, Fernando Gonçalves Cordeiro. Como membro desses grupos, Cordeiro subscreveu a recomendação de suspender os efeitos do alvará de construção do Costa Reale. 5f22y

Na função de secretário, no entanto, foi ele quem assinou uma nota oficial da prefeitura, encaminhada à Gazeta do Povo em novembro, em que afirma que “o empreendimento cumpriu com todas as formalidades e exigências legais e está em consonância com a legislação municipal vigente”.

O envolvimento de Cordeiro com o imbróglio não parou por aí. Como engenheiro civil, em 2015, antes de assumir o cargo na prefeitura, ele foi contratado pela J. Malucelli como responsável técnico para o serviço de unificação e subdivisão de lotes da quadra onde se prevê a construção do edifício Costa Reale. O serviço foi executado por meio da empresa Fernando G. Cordeiro Engenharia & Cia Ltda ME ao custo de R$ 2,5 mil.

A Gazeta do Povo questionou a istração do município se a situação de Cordeiro não configuraria conflito de interesses. Em resposta, a prefeitura declarou: “mais uma vez cabe dizer que todos os procedimentos realizados no que concerne ao empreendimento em questão foram encaminhados para análise da Procuradoria do Município na 2ª. feira, dia 02 de dezembro. Não há como fazer qualquer afirmação a respeito, antes de concluída essa etapa.”

A reportagem entrou em contato por telefone com Cordeiro, que pediu para retornar a ligação mais tarde. Depois disso, ele não atendeu mais as chamadas nem respondeu a mensagens enviadas em texto para seu celular.

O que dizem os envolvidos 6f2r5k

Procurada pela Gazeta do Povo, a J. Malucelli informou, em nota, “que desconhece o teor das supostas irregularidades atribuídas à sua conduta ou ao próprio empreendimento e repudia de forma veemente qualquer tentativa de induzir em erro as autoridades públicas envolvidas na avaliação do tema, assim como de desinformar a sociedade, a fim de influenciar a opinião pública contrariamente ao empreendimento”.

A nota, assinada pela Invest Bens – a de Bens S/A, que istra empreendimentos do grupo J. Malucelli, questiona as informações encaminhadas pela reportagem. “A Gazeta do Povo, mais uma vez, submete uma série de indagações à J.Malucelli a respeito do empreendimento Edifício ‘Costa Reale’, envolvendo suposta informação da Prefeitura de Guaratuba de que o alvará de construção teria sido suspenso, fazendo ilações e acusações inverídicas a respeito da sua conduta, durante o período em que o alvará foi concedido.”

No e-mail enviado à assessoria de imprensa da J. Malucelli, a Gazeta do Povo citou a análise técnica do CMUMA, que deliberou pela suspensão preventiva, e a anuência do secretário de urbanismo, que é membro da câmara técnica do conselho. Foi encaminhada uma lista de supostas irregularidades que, segundo apurou a reportagem, foi analisada pelos membros do mesmo órgão.

A Gazeta do Povo perguntou ainda sobre a situação de Cordeiro, que atuou como prestador de serviço da J. Malucelli e atualmente é secretário de urbanismo. Não houve resposta a essa pergunta.

A Piemonte, responsável pela construção Costa Reale, também foi procurada. Em nota, a empresa informou que “ratifica integralmente os termos da respectiva Nota à Imprensa enviada nesta data pela INVEST BENS – A DE BENS S/A.”

Nota oficial da J. Malucelli 103h3v

Nota oficial da Piemonte 4xlf