Outros reflexos citados pelo especialista são uma inflação maior e menor concorrência na economia brasileira. “No final nós acabamos pagando a conta”, lamenta. 36y3s
O estrategista-chefe da XP Investimentos, Fernando Ferreira, escreveu em relatório que o fato se soma a outros componentes políticos que ampliam o risco em relação à economia.
O temor dos analistas é de que o presidente Jair Bolsonaro tenda a adotar mais medidas populistas na economia. “Ele precisa ganhar força nos estratos de baixa renda no Norte e Nordeste, um grupo onde Lula tem muita força”, destaca Sanchez, da Ativa.
O economista Matheus Jaconeli, da Nova Futura Investimentos, diz que uma eventual adoção de medidas populistas pode deteriorar ainda mais o cenário econômico. “Assistiríamos a um aumento no risco e na inflação. Facilitaria a saída de dólares, impulsionando a desvalorização do real e obrigaria o BC a aumentar mais os juros em um ambiente que está sendo prejudicado pela pandemia.”
Christopher Garman, diretor da consultoria política Eurasia Group, descarta, em relatório, que o efeito Lula possa gerar uma guinada populista na política econômica. “Embora investidores estejam preocupados com o compromisso de Bolsonaro com a austeridade fiscal, o presidente mostrou várias vezes que teme uma potencial crise de mercado, e a elegibilidade de Lula não mudará isso”, diz.
Plácido, da Warren, lembra também que não há dinheiro suficiente para alternativas mais populistas na economia, mas vai ficar aquela dúvida: “Será que o Bolsonaro vai tomar esse tipo de medidas? Esse risco aumentou”.
Os impactos não se restringem ao curto prazo. Jaconeli cita que, no caso de uma eventual vitória de Lula em 2022, poderá haver uma tendência a um aumento nos gastos públicos com um viés político, a adoção de uma política econômica de cunho assistencialista e mais intervenções cambiais.