Os agricultores devem receber seus primeiros pagamentos em julho ou agosto. “O USDA tentou ser criativo para evitar impacto nas decisões de plantio”, disse Arlan Suderman, analista de commodities agrícolas da INTL FCStone. “Não sabemos os detalhes sobre como pretendem fazer essa fórmula funcionar. Está claro que foi removido o link da decisão de plantio com o socorro financeiro. O mercado deverá voltar a manter o foco nos problemas climáticos”.

Os representantes do USDA que participaram de uma conferência de Imprensa, nesta quinta-feira, não especificaram como irão calcular as perdas comerciais, apenas informaram que vão se basear em efeitos diretos e indiretos das tarifas impostas pela China, pela União Europeia e pela Turquia. Não serão consideradas tarifas aplicadas pelo México e pelo Canadá em produtos agrícolas.

Os produtores de milho, soja e trigo vão receber pagamentos baseados num índice próprio do município onde têm propriedade rural, multiplicado pela área plantada em cada fazenda ao longo de 2019.

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Segundo o USDA, os pagamentos não vão fazer diferenciação entre as culturas cultivadas e, portanto, não irão influenciar as decisões de plantio. Por outro lado, a área cultivada elegível a receber ajuda financeira não pode ultraar a área cultivada em 2018.

Oportunidade histórica na China
Os suinocultores e os produtores de ovos também receberão pagamentos diretos. O Conselho Nacional dos Suinocultores (NPPC) recebeu positivamente o pacote do governo, mas pediu urgência ao Congresso na ratificação do novo tratado com o Canadá e o México, assim como apelou pela resolução do conflito com a China, onde o avanço da febre suína africana deve provocar um aumento nas importações de carne.

“A situação atual na China representa uma oportunidade comercial histórica para a suinocultura americana”, disse David Herring, presidente da NPPC. “Queremos contribuir com o governo para restaurar o o àquele mercado, permitindo aos suinocultores capitalizarem em cima desta oportunidade”.

""Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue (Foto: Pablo E. Piovano / Bloomberg)

Os produtores americanos lutam para não submergir em meio à escalada tarifária provocada pela guerra comercial com a China, que multiplicou o empilhamento da soja colhida no ano ado. Para Trump, apaziguar seu eleitorado do interior é crucial em função das eleições do ano que vem.

Beth Ford, diretora da cooperativa Land O’Lakes, de Minnesota, diz que os produtores anseiam pela resolução do imbróglio com a China. “O que os produtores querem? Queremos comércio”, sublinhou.

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